terça-feira, 19 de março de 2013

Afinal o que é ser Mãe?

  Bem sei que hoje é dia do Pai, mas vou falar em particular nas Mães. Não é para contrariar, até porque muitos Pais poderão ver a sua situação reflectida neste texto. Há muito tempo que ando a rabiscar este post, não podia adiar mais.


 Existe uma diferença abismal entre ser Mãe (e ser Mãe com M grande) e ter filhos. Uma diferença tão grande como daqui até à China, ida e volta.
  Em primeiro lugar quero deixar bem claro que não sou Mãe, ainda. Tenho esse sonho, tal como a maioria das mulheres. Depois existe uma minoria que tem filhos porque acontece, para fazer boa figura perante a sociedade e para agarrar namorados/maridos. É esta a realidade pura e dura dos tempos modernos.
  Apesar de não ser Mãe tenho dois grandes exemplos na minha vida: a minha Mãe e a minha Avó. Para além destes pilares essenciais na minha vida, vejo outros exemplos que deixam muito a desejar. É certo que cada uma será um exemplo, mas tal como em tudo nesta nossa vida, há coisas boas e outras menos boas. Ao longo dos últimos 26 anos (a contar com os 9 meses dentro da barriga da minha Mãe) tive uma protecção maternal fantástica. Em adolescente detestava ter uma Mãe galinha, sempre a empurrar-me para baixo da sua asa enorme capaz de me proteger de todo o mal, de todas as pessoas pessonhentas e horrorosas, de todos os medos. Hoje e para todo o sempre estou-lhe eternamente agradecida e vou ser um exemplo daquilo que ela foi, que a minha avó foi e lhe transmitiu.

  Depois temos as mães da minoria. E felizmente que se trata de uma minoria e não as podemos incluir na classe M mas sim na classe m. E foram vários exemplos dessas mães que me fizeram perceber que existe essa diferença de ser Mãe e ter filhos. Para ser Mãe não basta sofrer na hora do parto e já está. Ser Mãe é um trabalho contínuo e para todo o sempre. Ser Mãe é estar presente no primeiro sorriso, no primeiro passo, tirar a primeira fotografia sem dentes, levar à escola no primeiro dia e repreender quando necessário.

  Cada vez mais há Mulheres que estão mais preocupadas com a carreira do que com a família. São capazes de abdicar da sua relação familiar em prol de uma carreira bem sucedida. E a parte chata da situação é que nem sempre é bem sucedida. E matam-se a trabalhar, privam-se de momentos em família para nada! São capazes de estar semanas e semanas fora, e deixar os filhos com Pai, Avó ou Ama. Não vivem os filhos e são mães em part-time.

 Não sou Mãe, pois não. Mas sou filha e imagino as crianças que crescem sem a presença maternal. Presença essa que se constrói com mimos, passeios, fins-de-semana de brincadeira, aconchego na hora de dormir. E isso não se dá em apenas uma hora diária. É preciso mais, é preciso dar afectos e marcar presença em todos os momentos marcantes da vida da vossa família.

 Eu não sou Mãe, mas já ouvi barbaridades da boca de muitas que dizem ser. E garanto que o único nome que lhes pode ser atribuído é de progenitora. Ponto.

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